sábado, dezembro 18, 2010

DOS MALES, O MENOR: INTER BATE O SEONGNAM E FICA EM TERCEIRO

Alecsandro, com dois gols, é o destaque da vitória por 4 a 2, que também marca a aposentadoria de Pato Abbondanzieri

Era dia de final. Era estádio de final. Era time com toda a qualidade para estar em uma final. E não era uma final. Dos males, o menor: o Inter goleou o Seongnam Ilhwa, da Coreia do Sul, por 4 a 2 neste sábado, em Abu Dhabi, e ficou com o terceiro lugar no Mundial de Clubes da Fifa (veja o vídeo com os gols). O resultado, acompanhado novamente por milhares de colorados, ameniza um pouco a dor da derrota para o Mazembe.
Em um jogo que começou marcado pela melancolia, a torcida vermelha impressionou. As vaias a Celso Roth, Alecsandro e Renan foram coadjuvantes de um apoio quase incondicional, que beira o inexplicável, quatro dias depois de um dos maiores golpes já sofridos pelo clube. Os colorados engoliram a dor, vestiram a camisa e foram ao estádio para cantar que são todos seguidores do Inter, que nada vai separá-los do clube, que eles nunca esquecerão dos dias que passaram com a equipe do coração deles.
O aproveitamento do time brasileiro foi bem melhor nas conclusões. Os dois primeiros gols saíram ainda no primeiro tempo, com Tinga e Alecsandro. D’Alessandro e Alecsandro ampliaram na etapa final. Fecharam, com goleada, a conta vermelha no jogo, no Mundial e na temporada.
O jogo também marcou a aposentadoria de Pato Abbondanzieri, mito do Boca Juniors, tetracampeão da Libertadores, bicampeão do mundo. Ele foi a campo no segundo tempo. O gol de Molina, o único dos coreanos na partida, também foi o último sofrido na carreira do goleiro argentino.
Agora, resta ao Inter viver as últimas horas em Abu Dhabi. No final da tarde deste domingo, o elenco vermelho embarca de volta para o Brasil. E aí os jogadores entram em férias. O retorno aos trabalhos ocorre apenas em 20 de janeiro.
A bola entrou. A tal da Speedcell, desta vez, resolveu entrar. Talvez esteja aí a explicação: nada de teorias malucas, de explicações filosóficas, de formulações sobrenaturais. Talvez seja simples assim: desta vez, a bola entrou. Fez o contrário do que aconteceu contra o Mazembe. Teve gol perdido, porque é quase impossível não ter, mas teve bola na rede. Superior ao Seongnam, o Colorado abriu 2 a 0 no primeiro tempo.
É curioso pensar que os dois gols tiveram a participação de Alecsandro – novamente vaiado, sempre em busca de compreensão. O primeiro foi um alívio para a atuação atropelada do time colorado. Até os 15 minutos, os coreanos apresentavam certo domínio sobre os brasileiros. A situação era preocupante.
Mas aí houve uma conjunção de fatores que não existiram contra o Mazembe: o arremesso de lateral de Nei foi preciso, Alecsandro deslocou bem o marcador, alcançou a bola antes de ela sair, encaixou o cruzamento para Tinga. E Tinga fez. Meio de cabeça, meio de ombro, Tinga fez. Ele caiu de joelhos no chão. Colorado desde sempre, foi um dos que mais sentiram a derrota de terça-feira.
O gol trouxe alívio ao Inter. O time ficou mais leve. Tentou mais o drible, arriscou mais, tabelou mais. De uma troca de passes, saiu o segundo gol. D’Alessandro deu a assistência final para Alecsandro, que mandou no cantinho do goleiro sul-coreano. A vitória estava encaminhada.
Outros gols poderiam ter saído. Alecsandro teve duas chances: em uma, mandou de bicicleta, com perigo; em outra, emendou uma pancada que passou milímetros acima do travessão. O Seongnam também teve suas chances. Molina acertou o travessão de Renan, após leve desvio do goleiro. Radoncic entrou livre na área, mas foi abafado pelo camisa 1 colorado. O time asiático perdeu as poucas esperanças que tinha quando Suk-Won Jang levou cartão vermelho.

Lava um pouco a alma vermelha os gols marcados pelo Inter no segundo tempo, que transformaram em goleada a vitória parcial da primeira etapa. É pouco, mas o Colorado pode dizer que fez mais do que seu xará italiano contra o Seongnam. D’Alessandro e Alecsandro fecharam o placar.
O primeiro foi do argentino. Com oito minutos, ele bateu de fora da área, com todo o talento que tem, sem chances para o goleiro. O outro foi de Alecsandro, aproveitando cruzamento de Nei. Rafael Sobis e Tinga ainda perderiam outras chances. Mas o que valeu mesmo foi a entrada de Pato Abbondanzieri.
Ovacionado pela torcida, o argentino foi chamado por Celso Roth aos 28 minutos. Ele teve o nome gritado, recebeu cumprimentos e foi para o lugar que mais ocupou na vida: para baixo das traves. O mito argentino deu adeus em um Mundial – não era uma final, mas era um Mundial.
O Inter controlou os minutos finais de jogo. Mesmo assim, levou um gol, marcado pelo colombiano Molina, que tocou na saída de Abbondanzieri. Aos 47, o ex-santista marcou outro em contra-ataque. Não fez grande diferença, porque o terceiro lugar ficou com o Colorado, e aí está o menor dos males. E tem Libertadores em 2011.
Fonte: GloboEsporte.com
Por Joulle

Nenhum comentário: